
Danielle Jensen, estilista da Maria Bonita, deixou o posto de diretora criativa depois de nove anos na marca, em março. De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, Danielle tem outros projetos em mente. “Quero pensar o design de moda de um modo mais democrático, acessível. Continuarei tendo a cultura brasileira como inspiração e a moda como norte”, disse a estilista ao jornal.
Danielle entrou para marca em 2003, depois que Maria Cândida Sarmento, fundadora da Maria Bonita, faleceu. A estilista trabalhou durante anos como assistente da fundadora até assumir o cargo de diretora criativa. Ela é considerada uma das melhores no Brasil.
A Maria Bonita soltou um comunicado oficial à imprensa sobre a saída de Danielle: “Tradição de marca, não significa limite de formato. Uma empresa de vanguarda tem que se renovar sempre. E a nossa se renova com maior foco na sofisticação e design, sem deixar de lado a feminilidade e a brasilidade da marca. A Dani é uma excelente profissional, criativa e dedicada, formada na Maria Bonita e entendemos que rapidamente ela vai encontrar o seu novo caminho.”
De acordo com o comunicado, a marca começou a passar por uma reestruturação há dois anos, não só nos desfiles, mas também e, principalmente, nas coleções. Em entrevista ao site FFW Fashion Forward, Danielle contou o que aconteceu. Segundo a estilista, uma junção de acontecimentos foi decisivo para a saída. A sua mudança para São Paulo dificultou muito as coisas para ela, que também precisa se “reinventar”, ter outros projetos e caminhos diferentes.
A marca sempre fez muito sucesso no Brasil. Seus desfiles no São Paulo Fashion Week sempre foram concorridos e elogiados. O último foi o desfile da coleção inverno 2012 no evento de moda na capital paulista.
A estilista estava no total há 14 anos na marca, desde os tempos de assistente. Isso para ela já era o bastante. “Você acaba se confundindo com o que você é e o que a marca é”, disse. Danielle também contou que Maria Bonita recebeu bem a decisão, já que eles precisavam de uma restruturação e estão pensando em ter um coletivo para assumir a criação. Ainda não há nomes definidos que irão fazer parte do coletivo.
De acordo com ela, já não havia mais uma união entre imagem, venda e estratégia no seu processo de criação, o que dificultava seu trabalho. Além do mais, suas opiniões eram um pouco diferentes da marca. A estilista sempre buscou a brasilidade nas coleções e trabalhar com artesanato em seus projetos. Mas a marca estava seguindo um outro caminho. Danielle disse que já tem alguns projetos, mas ainda não há nenhum concreto. A estilista disse que o Brasil sempre fará parte do trabalho e que moda é o seu repertório.
Foto: moda.terra.com.br