36 ANOS DA VOGUE BRASIL


Em maio de 2011, a Revista Vogue Brasil circulou com o seu tradicional calhamaço de 508 páginas.
Cumprindo a função de ser um portfólio repleto de bons anúncios. Que exploram o poder da imagem. Do jeito que qualquer diretor de arte gosta. Pois pode ampliar, enquadrar e pendurar na parede.

Todavia, desde maio de 1975, a Vogue molda o modo com que o brasileiro abastado enxerga a moda. Quando, na sua capa de estreia, Betsy Monteiro de Carvalho protagonizou a obra do olhar do fotógrafo Otto Stupakoff.

Algo que é comemorado nessa edição de número 393. Uma edição que faz uma discreta alusão ao livro “Frankenstein”, que, em 1818, a romancista Mary Shelley publicou. Ao unir o criador e a criatura. Visto que atrás da câmera está o afamado Mario Testino. E na capa da revista está a famigerada Kate Moss. Que está como foi gerada. Contudo, contendo o nu frontal. Como, aliás, o faz no ensaio fotográfico que pontua a publicação. Um ensaio em que ela expõe um estilo “blasé”. Como um “malaco” que nunca perde a compostura. Com o detalhe de que Testino sempre se aproveita do olhar hipnótico dela. O olhar de uma mulher que parece não ter alma.

Ademais, essas fotos atestam a competência de Testino. Pois, por intermédio de seu estilo, o Rio de Janeiro aparenta ser um lugar civilizado. Já que o pouco que presta é utilizado como pano de fundo. E, por isso, as imagens não são borradas pelos barrancos que caracterizam o terreno acidentado da cidade.

Sem mais, o talento de Testino é comentado por Daniela Falcão – a editora da publicação. Em um texto que contrasta com o charme da revista. Dado que é poluído por um excesso de “breguice”. Uma “rasgação de seda” desnecessária. Que não acrescenta matéria-prima ao repertório intelectual do leitor. Apenas servindo de referência a um exercício de sintaxe. Porque, provavelmente, por conta de uma “piscada” durante a redação, ele torna explícito o fato de que o pronome relativo “que” deveria ter sido precedido pela locução prepositiva “do” no seguinte período: “Mario é muito mais que um grande fotógrafo…”.

Por fim, há o álbum da família real britânica. Ou de algumas fotos que forram o portfólio de Testino. O qual se valeu do privilégio de ter acesso ao Palácio de Buckingham para registrar a suavidade da realeza. Fazendo do futuro um elo entre o passado e o presente. Entre Diana, a outrora Princesa de Gales, e o envelhecido Príncipe Charles. Quando externa o novo casal real. O Príncipe William e a Baronesa Catherine Middleton. Que, por enquanto, habitam o parnaso das ilusões. E, logo, atuarão nas páginas dos tabloides. Onde, então, se maculará a aura de tal união.

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